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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Chaves: por que gostamos dele, mas não queremos ser como ele?


O falecimento de Roberto Gomes Bolaños, criador das séries Chaves e Chapolin, deixou tristes fãs do mundo inteiro, inclusive este blogueiro. Jamais imaginei que uma pessoa que nunca encontrei pessoalmente e que sequer sabia que eu existo me levaria as lágrimas.

Ao ler a reportagem sobre seu velório, vi que muitos compareceram vestidos de Chaves ou Chapolin e me lembrei que nunca tive uma fantasia parecida quando criança. Aliás, tão pouco me fazia falta e comecei a me perguntar o porquê, 

Afinal, ele foi um dos personagens que mais cativaram minha infância. O outro foi o Jaspion. Ah, sempre quis uma fantasia do Jaspion para me tornar o valente paladino da justiça que combate o mal pelas galáxias! Mas, nunca me interessei muito por uma do Chaves.

Lá pelos anos 80 / 90 a marca Chaves (ao menos no Brasil) se manteve forte nas vendas de diversos produtos: disco, VHS, DVD, bonecos, gibis, álbum de figurinhas, canudos em forma de óculos (sim, isso mesmo), entre outros, mas não costumava ver fantasias do personagem nas lojas especializadas.


Esta é a capa do disco com a trilha sonora do seriado lançado no Brasil.

Isso transforma Chaves num case interessante de marketing visto que geralmente as pessoas querem ser como a marca que elas consomem, sobretudo quando são reforçadas por um ícone de televisão. Lembro que há uns anos havia uma novela cuja personagem usava um par de brincos que chamava a atenção das mulheres que assistiam, logo todas passaram a querer o tal do brinco. 

Porém, isso não acontece com nosso querido órfão da vizinhança. As pessoas não querem ser como o Chaves, o menino pobre e esfomeado que mora no cortiço, mas gostam dele e gostariam de poder ajudá-lo. Este elo emocional que a série estabeleceu com o público é outra razão de seu sucesso. Quem nunca quis um dia visitar a vila e dar a ele um sanduíche de presunto só para vê-lo feliz em meio ao seu "zaz zaz"?

Contudo, devemos lembrar que El Chavo del Ocho - nome original da série - tem como base a realidade de muitos países latino-americanos e isso inclui o Brasil. Não podemos ajudar o Chaves porque ele é um personagem fictício, mas podemos ajudar meninos como ele que vivem sob as mesmas condições, tal como discutem os personagens do seriado no vídeo abaixo. Bom, mas este já é tema para discutirmos em outro post. Isso isso isso.




Postado por: IVAN DE SOUZA
Quem sou eu? Jornalista, publicitário, marqueteiro, blogueiro nas horas vagas, gosto de desenhar e acredito viver uma real Vida de Marketing.
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